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WhatsApp e Telegram brigam no Twitter sobre criptografia de ponta a ponta

O WhatsApp e o Telegram trocaram farpas durante o final de semana por meio de seus perfis oficiais no Twitter. Tudo começou com um tweet do Telegram – nada de novo até aqui, já que o mensageiro está constantemente mandando indiretas para o WhatsApp na rede social. Porém, desta vez, o serviço pertencente ao Facebook  respondeu à provocação, gerando uma batalha entre os aplicativos em torno do assunto que você já deve imaginar: privacidade.

WhatsApp e Telegram (Imagem: Adem AY/Unsplash)

WhatsApp e Telegram (Imagem: Adem AY/Unsplash)

A provocação inicial foi bem sucinta: o Telegram tuitou uma imagem que mostrava a evolução do ícone de lixeira, na qual o WhatsApp aparece como a mais recente, com um ícone do Facebook em meio ao conteúdo.

pic.twitter.com/9eY8NSiuRj

— Telegram Messenger (@telegram) May 14, 2021

O WhatsApp por sua vez, resolveu comprar a briga e tuitou um meme com uma menina desconfortável enquanto um homem sussurra ao seu ouvido. Na legenda, o perfil do mensageiro escreveu: “Telegram admin: ‘…e o que as pessoas não sabem é que não somos criptografados de ponta a ponta por padrão’”.

.@WhatsApp Our users know how things work, and have the open source apps to PROVE it. You… talk to the screenshot 🤚 it says you’re lying. pic.twitter.com/aSUotBGWh0

— Telegram Messenger (@telegram) May 15, 2021

Mas o admin não estava para brincadeira, e contra-argumentou alegando que os usuários do Telegram sabem dessa informação, em um cenário supostamente diferente do que acontece com os usuários do WhatsApp.

A conta do Telegram trouxe então um print de uma conversa no serviço rival acusando o WhatsApp de mentir sobre os seus próprios níveis de segurança. O tweet traz três afirmações:

  • A Apple pode ter acesso às conversas que são armazenadas em um backup no iCloud.
  • O Google pode ter acesso às conversas que são armazenadas em um backup no Drive.
  • O WhatsApp pode ter acesso às conversas porque é possível restaurá-la em um dispositivo zerado usando apenas o número do celular.
  • Depois disso, não houve mais respostas diretas do WhatsApp ou do Facebook ao Telegram.

    O que é verdade e o que não é em meio à discussão

    Em primeiro lugar, a afirmação sobre a criptografia de ponta a ponta do Telegram é verdadeira – ela não está habilitada por padrão, você precisa ativar os recursos de segurança do app, nesse caso, os chats secretos, para tê-los à sua disposição. No entanto, como diz a conta do mensageiro criado por Pavel Durov, isso nunca foi um segredo.

    Por outro lado, como lembrou o desenvolvedor Alessand Paluzzi (@alex193a) em um retweet, para que a Apple e o Google tenham acesso ao conteúdo das mensagens do WhatsApp, eles precisariam da chave para acessar o banco de dados CRYPT12.

    Actually, Apple and Google would need the key to decrypt the .crypt12 database in order to access the conversations 😅 Furthermore, users will soon be able to encrypt the .crypt12 database with their own password, adding an additional level of security. https://t.co/fHDQJ3t4Rl

    — Alessandro Paluzzi (@alex193a) May 15, 2021

    Vale lembrar ainda que o cenário está prestes a mudar: o WhatsApp já está estudando uma forma de incluir a criptografia de ponta a ponta em seus backups, no Android e no iPhone (iOS), o que deve chegar em breve aos usuários, permitindo que sejam criadas senhas para preservar tais arquivos.

    Restrições da nova política do WhatsApp são adiadas

    A nova política de privacidade do WhatsApp, que também vem gerando polêmica devido ao compartilhamento de dados com o Facebook, entraria em vigor no último sábado, 15 de maio. Entretanto, no Brasil, o mensageiro adiou novamente a chegada das novas regras após um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Ministério Público Federal (MPF), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

    Devido a este acordo, o WhatsApp irá adiar as restrições impostas pela  nova política aos usuários por 90 dias – com possibilidade de um novo adiamento ao fim deste período, caso restem contestações a respeito das práticas violarem os direitos de privacidade do usuário.

    Com informações: WABetaInfo

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