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Sistema bancário usa o dobro de energia que bitcoin, aponta estudo

O bitcoin (BTC) é considerado a maior e mais importante criptomoeda do mercado, mas recentemente sofre muitas críticas devido ao alto consumo de energia relacionado a sua mineração. Porém, um novo estudo revelou que o sistema bancário tradicional gasta muito mais eletricidade do que a rede do ativo digital.

Mineração de bitcoin (Marco Verch/Flickr)

Mineração de bitcoin (Marco Verch/Flickr)

A empresa especializada em blockchain e moedas digitais Galaxy Digital divulgou um novo relatório na última sexta-feira. Intitulado “Sobre o consumo de energia do bitcoin: uma abordagem quantitativa para uma questão subjetiva”, o estudo compilou dados abertos da rede da criptomoeda e os colocou em comparação aos números relacionados ao sistema bancário tradicional e à indústria do ouro.

Finanças tradicionais consomem muito mais que bitcoin

A Galaxy estima que o consumo anual de eletricidade do bitcoin é de 113,89 TWh (terawatts-hora), incluindo a energia demandada por mineradores, pela rede e pelos blocos de dados criptografados. O que o estudo identificou foi que esse valor é pelo menos duas vezes menor que o total gasto pelo sistema bancário e também pela indústria do ouro anualmente.

Enquanto os dados relacionados ao consumo energético do blockchain do bitcoin sejam plenamente acessíveis pela natureza transparente de sua rede, os números de bancos, instituições financeiras e empresas de mineração de ouro são muito mais complicados de se obter. Por isso, a Galaxy projetou estimativas baseadas nas informações disponíveis e comparou os resultados.

“O setor bancário não informa diretamente os dados de consumo de eletricidade”, afirma o relatório. Dadas as estimativas da empresa sobre o uso de energia por centros de dados bancários, agências, caixas eletrônicos e servidores de redes de cartões, o consumo anual total de energia das finanças tradicionais é estimado em 263,72 TWh globalmente.

Indústria do ouro também gasta mais energia que bitcoin

Já para calcular o consumo de energia da indústria do ouro, o estudo utilizou estimativas para as emissões totais de gases poluentes fornecidas no relatório “Ouro e mudanças climáticas: impactos atuais e futuros”, do World Gold Council. De acordo com os números encontrados pela Galaxy, esse setor utiliza cerca de 240,61 TWh por ano.

“Essas estimativas podem excluir as principais fontes de uso de energia e emissões, que são efeitos secundários da indústria do ouro, como a eletricidade e a poluição relacionadas aos pneus e outros materiais e ferramente usados ​​nas minas de ouro”, observou o estudo.

Bitcoin é poluente por sua matriz energética

Por mais que os números não sejam oficiais, eles fornecem uma visão sobre o todo que envolve a discussão sobre impactos ambientais. Mas algumas dúvidas importantes não foram respondidas. O bitcoin não é poluente pela quantidade de energia utilizada em sua mineração, mas sim pela matriz energética predominante na atividade.

Uma vez que a China é responsável por 65% da taxa de hash de BTC no mundo, de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, a maioria dos computadores e máquinas que processam as transações e mantém o blockchain da criptomoeda é sustentada por usinas termoelétricas movidas a carvão. Por isso, Elon Musk, o CEO da Tesla, anunciou que sua empresa de carros elétricos deixará de aceitar a moeda digital devido a preocupações com seu impacto ambiental.

As críticas de ambientalistas vem causando um efeito muito negativo no mercado de criptomoedas, enquanto a recente declaração de Musk foi um dos fatores responsáveis por fazer a moeda digital despencar nos últimos dias, atingindo o seu menor preço desde fevereiro.

Com informações: Cointelegraph

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