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O que é CGI e computação gráfica? – Canaltech

O que é CGI e computação gráfica? Canaltech

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CGI é uma sigla em inglês para o termo Computer Graphic Imagery, ou seja, imagens geradas por computador, a famosa computação gráfica. O termo se refere a todas as imagens geradas através de computadores feitas em três dimensões, com a profundidade de campo sendo possível graças apenas à computação. Parece uma conversa técnica, certo? Nem tanto. O CGI nada mais é que praticamente todo tipo de efeito ou animações que vemos hoje em diaí, seja em filmes, videogames ou mesmo na televisão.

Indice

Um pouquinho de história…

Seu celular também tem essa capacidade toda.

O termo foi cunhado por William Fetter, diretor de arte em computação gráfica que trabalhava para a Boeing na década de 60, para representar a área da informática que trata da geração de imagens em computadores. Embora a primeira máquina com funcionalidade gráficas, o Whirlwind I, surgiu no famoso MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets, centro de pesquisa tecnológica nos Estados Unidos) em 1950, foi na década seguinte que a CGI se popularizou – até então servia para fins acadêmicos e militares.

Em 1962, o Dr. Ivan Sutherland, um dos pioneiros da Internet e realidade aumentada, lançou a tese “Sketchpad – A Man-Machine Graphical Communication System”, que se tornou bastante influente e despertou a curiosidade de empresas dos ramos automobilístico e aeroespacial. No final da década, o uso de computadores nestas empresas fez surgir a tecnologia CAD, ramo da computação gráfica voltada ao auxílio na criação de desenhos e estruturas, que tornou-se um padrão até os dias de hoje.

O CAD, aliás, é um dos mais importantes e conhecidos usos da CGI, pois não se restringe a uma área apenas: ferramentas CAD são extremamente úteis em indústrias como engenharia civil, naval, geologia, arquitetura e design. O grande salto nas tecnologias CAD ocorreu na década de 70, quando a IBM lançou um padrão de linguagem gráfica e técnicas de 3D.

As ferramentas mais modernas como o software AutoCAD são capazes de gerar modelos tridiensionais de alta complexidade, realizar simulações de design sem a necessidade do modelo físico, criar desenhos 2D a partir de objetos 3D e conferir se desenhos já feitos obedecem a padrões pré-estabelecidos. Assim, o programa é usado na criação de qualquer elemento de engenharia técnica, seja na criação de carros, pontes ou casas.

Tecnologia + Arte = Entretenimento

Posteriormente, o grande avanço no poder de processamento gráfico dos computadores e a criação de mais e mais ferramentas que facilitam o uso de CGI permitiram que ela fosse usada em muitas mais áreas de aplicação. Um dos maiores exemplos é o uso na história do cinema. Hoje, mesmo uma cena simples pode ter bons recursos de CGI envolvidos em sua criação, pois além de tornar desnecessárias as gravações em locações externas, permite a elaboração de cenas que de outro modo seriam impossíveis.

Um dos primeiros filmes a usar essa técnica foi Star Wars – Uma Nova Esperança, de 1977. Os filmes da épica saga de Geroge Lucas acabariam por ser referência no uso de CGI para criação de efeitos especiais, em grande parte por causa de sua empresa, a Indusrial Light and Magic, uma subdivisão de sua produtora para efeitos especiais e responsável pelo desenvolvimento de novas câmeras e modos de filmagem.

No primeiro Star Wars, foi usado pouco mais de 40 segundos de computação gráfica, na cena em que o líder da frota rebelde mostra a planta digitalizada da Estrela da Morte, mas a tecnologia da época (avançadissíma para os padrões até então) exigiu diversas semanas para que a cena ficasse pronta. Mesmo assim, estava dado o passo inicial rumo a uma revolução. Confira abaixo:

Em 1982, os estúdios Disney inovaram e marcaram a história da CGI cinematográfica com o filme TRON. O filme, que conta a história do hacker Kevin Flynn lutando num mundo inteiramente digital, foi o primeiro filme a usar a CGI em larga escala. No entanto, diferente das animações atuais, TRON não foi totalmente animado em computação gráfica. O que o estúdio fez foi criar digitalmente diversas cenas e frames de elementos do filme (motos, cenários, luzes) e animá-los ao modo tradicional. Um exemplo: para as motos que aparecem no filme, foram criados diversos modelos 3D, cada um representando o movimento delas em cena; depois, usando técnicas de animação 2D, os modelos eram unidos para se criar as cenas.

O próximo passo da revolução viria em 1985 com o lançamento de O Enigma da Pirâmide. O filme, de Barry Levinson e produção de Steven Spielberg, levou às telas o primeiro personagem criado e animado digitalmente: o Cavaleiro de Vitral. Aparecendo por aproximadamente um minuto, ele teve todos os seus movimentos e formas criados e animados digitalmente. Confira este momento da história no vídeo abaixo:

Vale notar que mesmo trabalhando com o uso dos computadores, o mérito de uma cena como esta acima é um conjunto de obras de artistas que vão desde iluminadores, desenhistas, animadores e, agora, programadores também. O uso da ferramenta surgia para toda a indústria como uma nova opção na hora de se criar; estava ali a possibilidade de se criar cenas e personagens totalmente virtuais, algo que só poderia ser limitado pela própria imaginação ou capacidade do seu realizador.

O domínio da técnica e uma nova indústria

Claro que Hollywood acabou se tornando a principal investidora do segmento. A própria ILM, que havia feito Star Wars, nos brindou com verdadeiros ícones do CGI logo no começo da década de 90, fosse o robô T-1000 de “Exterminador do Futuro II”, que combinava cenas reais com o andróide de metal líquido, até os dinossauros de “Jurassic Park”, que novamente quebrou barreiras ao não só criar um personagem imaginário em cena, mas recriar um ser vivo, de ossos, músculos e movimentos, camada por camada, totalmente feito pelo computador. Esse processo de modelagem acabou se tornando padrão para os efeitos cada vez mais realistas que viamos no cinema, desenvolvidos agora a semelhança da vida real.

Nesta mesma época, ainda no auge dos dinossauros de Spielberg, chegou aos cinemas “Toy Story“, a história dos brinquedos anamórficos que ganhavam vida sempre que não havia humanos por perto, e que conquistou o mundo ao mostrar uma nova forma de se fazer “desenho animado”: foi o primeiro longa de animação totalmente digital! Guiados pelo animador John Lasseter, que anos antes trabalhava para a própria ILM no desenvolvimento de pequenos curtas para pesquisa em um departamento que viria a se tornar a Pixar Animation Studios, e contando com uma boa ajuda financeira da Disney, o filme comprovou que a combinação de arte + CGI poderia render obras-primas e ainda ser muito lucrativa.

Com isso, quem cresceu na década de 90 deve ainda se lembrar do completo domínio de efeitos CGI no cinema. Se antes tínhamos lançamento de desenhos da própria Disney como “Rei Leão”, “Bela e a Fera” ou “Mulan”, os estúdios hoje se rendem à ferramenta quase em todas produções, mas claro que não estou reclamando, já que ganhamos personagens como Shrek, Procurando Nemo e Wall-E. E não só a animação se aproveitou do recurso, já que enquanto antes ainda tínhamos “A Múmia” feita com efeitos em uma cena aqui, as naves de Star Wars passando em outras ali, Harry Potter fazendo magia e enfrentando criaturas mágicas, o domínio do CGI e a constante mudança de tecnologia nos proporciona até mesmo obras como “Casa Mostro” e “Os Fantasmas de Scrooge”, que são feitos em CGI mas… atuados por atores.

A captura de movimento, apesar de usar CGI avançada, tem por trás um conceito bastante simples: o ator veste uma roupa especial que contém várias marcações, que serão utilizadas depois pelo pessoal da CGI. Em seguida, ele atua normalmente, sendo que câmeras adaptadas captam seus movimentos. Depois, na pós-produção, a imagem do ator é substituída pela imagem do personagem desejado. “Star Wars – A Ameaça Fantasma”, de 1999, foi o primeiro filme a contar com um personagem inserido com a técnica, algo não muito bom considerando esse o motivo para a criação de Jar Jar Binks. A técnica, porém, deu o paço para personagens como Gollum, de Senhor dos Anéis, além dos seres fantásticos de Avatar. O avanço da técnica permite que o ator ganhe uma ferramenta a mais na composição de seu personagem, mas sem perder os elementos de sua atuação. Isso serve tanto para uma criatura fantástica, como capitão Dave Jones, de Piratas do Caribe, ou até mesmo a amardura do Homem de Ferro.

No vídeo abaixo você pode conferir um documentário muito interessando que recapitula a criação de todos personagens criados digitalmente na história do cinema, desde o surgimento da tecnologia até os dias de hoje. Além de cenas dos filmes, o vídeo nos acompanha por trás das câmeras em diversas produções ao mostrar a evolução dos efeitos e a combinação de personagens digitais com elementos reais.

Embora o vídeo estar em inglês, é de fácil compreensão e vale muito a pena assistir:

Com certeza causa uma certa nostalgia, não? É engraçado pensar que talvez quem nasceu durante a década de 90 não tenha o mesmo racíocinio, já que o dominio do CGI na indústria do cinema já não deslumbre qualquer um, agora que nos acostumamos com o formindável e o incrível que a ferramenta proporciona.

Tecnologia + Produções = Menor Custo

Aliado a necessidade do mercado e com cada vez mais produções usando dos recursos, hoje em dia a computação gráfica é tão disseminada que é usada em praticamente qualquer produto de entretenimento que assistimos. Além de abertura de novelas ou programas de televisão (os telejornais, para dar um exemplo bem simples), podemos ver artes digitais em praticamente qualquer propaganda de televisão.

Mas não apenas isso. Com a óbvia evolução dos computadores, o baixo custo de grandes efeitos e retoques digitais popularizam cenas que, se antes eram dignas das salas de cinema, hoje encontramos tantos efeitos em séries de televisão que dificilmente notamos quando aparecem. Veja o vídeo abaixo e nos diga: quais cenas você viu e podia jurar que não tinham absolutamente nada de computação gráfica?

Caso goste de computação gráfica e programas de 3D, faça o download das versões gratuítas dos programas profissionais Maya e Adobe After Effects, entre outros, aproveite!

Ficou alguma dúvida sobre efeitos especiais em geral?

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