MC PROJETOS

O Itamaraty está de volta | VEJA

O Itamaraty está de volta

O discurso do novo ministro das Relações Exteriores, Carlos França, durante a cerimônia de transmissão do cargo realizada nesta terça, 6, sinaliza um rompimento com o radicalismo que marcou a gestão de Ernesto Araújo na chefia do Itamaraty.

Em cerimônia fechada, o novo ministro falou sobre o respeito a seus colegas de outras gerações, evitou elogios ao antecessor Ernesto Araújo, afirmou que o diálogo será essencial e citou três urgências na condução da pasta: a urgência no campo da saúde, a urgência da economia e a urgência do desenvolvimento sustentável.

Para Roberto Abdenur, que foi embaixador na China, Alemanha e Estados Unidos e Secretário-Geral do Itamaraty, o discurso foi positivo e traz progresso à política externa. Para ele, a postura do novo embaixador representa “completo afastamento da ideologia de radical extrema-direita que, sob Araújo, tanto dano causou à nossa atuação no plano internacional”.

A ausência de elogios a Ernesto Araújo também seria um sinal de “repúdio” ao que foi feito pelo antecessor. Em “itamaratês”, a falta de elogios significa muito e é um sinal eloquente da postura do novo ministro.

“Ao contrário da inacreditável e absurda rejeição por Araújo da ONU (Organização das Nações Unidas), França retorna ao multilateralismo tão historicamente o principal espaço de projeção de nossa Diplomacia; esta é mudança radical para melhor”, enfatiza o embaixador.

Continua após a publicidade

Outros pontos que vão na contramão do que fez Ernesto Araújo, segundo Abdenur, foram a defesa do diálogo e a declaração do novo ministro de que será um “construtor de pontes”.

“Positivas as expressões de abertura ao diálogo e de que o papel do Diplomata é ser “construtor de pontes” — outra manifestação de rejeição ao fechamento de Araújo, infenso ao diálogo que não fosse com parceiros da ideologia extremista”, destaca Abdenur.

Em sua fala, Carlos França fez referência ao Mercosul e à Argentina ao ressaltar a importância do diálogo com a “vizinhança”. Para Roberto Abdenur, as declarações foram positivas e o novo chefe do Itamaraty deve valorizar novamente a cooperação internacional sem amarras ideológicas. “Muito positivas as promessas de maior cooperação internacional e abertura de novos caminhos, “sem exclusões e sem preferências”: outra manifestação de libertação das amarras ideológicas de Araújo”, enfatiza.

A entrada de França no cargo representa uma esperança de que o Brasil volte a ser conhecido pela diplomacia e bom relacionamento com outros países. Em artigo escrito para o blog em dezembro, Abdenur já havia destacado os estragos feitos por Ernesto Araújo quando afirmou que “o resultado da destruição de nossa política externa foi situar o país como um “pária” no seio da comunidade internacional”.

Ao que tudo indica, o Itamaraty está de volta. Agora, a expectativa é de que o novo líder da pasta ajude o país a enfrentar a pandemia e a recuperar as alianças históricas com outras nações.

Brasilimagem07-04-2021-08-04-55BrasilPT revela ‘perplexidade’ com Fux por julgamento contra Lula no STFEconomiaEconomiaA mais nova aposta de Paulo Guedes para fazer caixa no governoPolíticaPolíticaCiro Gomes passa recibo do seu incômodo com Lula candidatoEconomiaEconomiaAssociação de shoppings sobe o tom contra as medidas de restrição em SP

PolíticaPolítica‘Tratamento precoce’: cidade-modelo de Bolsonaro tem 100% da UTI ocupadaPolíticaPolíticaBolsonaro pensou em MP para ampliar serviços essenciais na pandemiaPolíticaPolíticaDiretor indicado pelo PL tentou fraudar pagamento de R$ 150 milhõesPolíticaPolíticaDemitido, Fernando Azevedo foi aconselhado a não ir à posse de sucessorContinua após a publicidade

Sair da versão mobile