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Napster, o pioneiro das redes de compartilhamento

Napster, o pioneiro das redes de compartilhamento Canaltech

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O Napster apareceu em 1999 e revolucionou o mundo de compartilhamento de arquivos (principalmente músicas), sendo o programa que causou os maiores pesadelos na indústria fonográfica mundial. E, pra muitos, ainda deixa saudade.

Criado por Shawn Fanning, programador e estudante da Universidade Boston Northeastern e seu co-fundador Sean Parker (que aparece no filme “A Rede Social” interpretado por Justin Timberlake), através de um simples programa era possível compartilhar arquivos em redes P2P (peer-to-peer). E assim surgiu a primeira grande ferramenta de compartilhamento de arquivos e que popularizou a atividade para as massas.

Na verdade, os criadores queriam simplificar a maneira de se achar músicas MP3 na internet. Isso não era tarefa fácil, já que exigia um conhecimento mais técnico e de muitas ferramentas, além de muita paciência (é claro), pois a grande maioria dos computadores utilizava conexão discada. Foi então que Fanning teve a brilhante ideia: “Que bacana seria se todo mundo pudesse compartilhar suas coleções de músicas e baixar novos arquivos MP3 diretamente dos computadores de outros usuários”.

O processo era bem simples: o usuário devia fazer download do programa e apenas o executar, sem a necessidade de cadastro. Ele automaticamente se conectava a rede e daí em diante era só fazer suas buscas. Praticamente todos os arquivos eram de músicas no formato MP3, e o programa permitia que se fizesse o download de vários usuários simultaneamente, passando pelos servidores do Napster que “identificavam” o arquivo, funcionando como um “índice” para todo conteúdo compartilhado pelos usuários logados. Quanto mais usuários, mais músicas compartilhadas, mais conteúdo. Simples e engenhoso.

Indice

Sucesso quase instantâneo

Shawn Fanning

A primeira versão foi lançada em 1999, e o programa começou a ganhar popularidade no início de 2000 quando também se tornou uma empresa. Novas versões eram lançadas mensalmente e o número de usuários quadruplicava toda semana, assim como os arquivos disponíveis que crescia ainda mais. O sucesso levou o site a alcançar, em um período de dois anos, segundo a revista “Forbes”, mais de 70 milhões de usuários.

Vale lembrar que o programa também possuía um sistema de chat semelhante ao IRC, com recursos de mensageiro instantâneo. Quase todos os novos clientes P2P que vieram na sequência seguiram seu exemplo quanto ao design.

Em seu auge, entre janeiro e março de 2001, o Napster teve um pico de mais de vinte e cinco milhões de usuários conectados simultaneamente em todo o mundo trocando diariamente um volume estimado de centenas de milhões de canções. Números impressionantes.

Começaram os problemas

Mas, com todo esse sucesso, começaram a surgir os primeiros problemas. O Napster protagonizou o primeiro grande episódio da luta jurídica entre a indústria fonográfica e as redes de compartilhamento de música na internet.

Grandes empresas da indústria fonográfica, como a Sony e a Warner acusaram o Napster de violar a Lei de Copyright, ajudando a disseminar ilegalmente arquivos protegidos por direitos autorais – a conhecida pirataria. A banda Metallica foi uma entre muitas bandas que se declarou publicamente contra o Napster.

No início de 2001 a empresa não resistiu a série de ações legais e o serviço foi fechado em março. Os servidores do Napster aguentaram mais alguns meses, porém foram desligados após outra batalha judicial travada entre seus operadores e a Recording Industry Association of America (RIAA).

O Napster declarou falência em maio de 2002. Em dezembro do mesmo ano foi comprado pelo grupo Roxio, fabricante de softwares para gravação de CD e DVD, que recolocou o serviço no ar e passou a vender as músicas arquivadas em forma de loja virtual.

O fim de um mito

O Napster brigou muito com a justiça americana para se manter, inclusive adotando a ideia de vender músicas sob assinatura, algo que não vingou. Após anos de pouca (ou quase nenhuma) atividade, foi adquirido pela Best Buy (a enorme rede de lojas de eletrônicos dos Estados Unidos) em 2008, que tentou transformar o serviço em um negócio rentável, oferecendo o programa para diversas plataformas disponíveis (celulares e tablets) e através de uma nova forma de cobrança comum nos dias de hoje, em que o usuário paga um valor mensal para ter acesso a todo catálogo de músicas – mas apenas para ouvir (por streaming), e não para download.

Mesmo assim, o Napster morreu. Ou melhor, virou definitivamente Rhapsody. A empresa por trás do Rhapsody fechou um acordo com a Best Buy para ficar com o Napster, seus usuários e outras propriedades em outubro de 2011 e, em novembro, desativou o site do Napster.

O Rhapsody já existia, e copia o agora padrão de negócios utilizados por muitos outros sites, como o Rdio, Spotify e Pandora, em que o usuário paga um valor mensal para escutar todas as músicas quantas vezes quiser, com direito a criar listas de reprodução e compartilhar com outros usuários.

Mas (felizmente) a revolução causada pelo Napster não acabou, apenas mudou a forma como se escuta músicas e marcou a industria fonogáfica para sempre: isso porque novos programas que faziam o mesmo que o Napster surgiram praticamente no mesmo ano, como o Kazaa, Shareaza, eMule, Ares, Morpheus, Audiogalaxy e muitos outros. E que estão ativos até hoje.

Fonte: CNN Money

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