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Linux, você sabe o que é isso? – Canaltech

Linux, você sabe o que é isso?   Canaltech

Tux, o pinguim mascote do GNU/Linux

Quando se fala em Linux muitas pessoas pensam na imagem de um programador executando dezenas de comandos complicados em uma tela preta semelhante ao finado DOS. Isso seria verdade até alguns anos atrás, mas o sistema evoluiu tanto em seu visual, com suporte a aplicações 3D e ambientes de trabalho cheios de efeitos e uma enorme facilidade de uso, que variações como o Ubuntu e o Linux Mint conquistam cada vez mais usuários que querem fugir das (caras) licenças do Microsoft Windows.

Para explicar um pouco mais desse sistema e suas variações, o Canaltech preparou um artigo bem completo, acompanhe:

Indice

Centenas de distribuições para escolher

Quando dizemos GNU/Linux, não estamos falando de um sistema em particular, mas de centenas de variações, cada uma com suas características próprias. O mesmo acontece com o Windows: temos instalado em nossas máquinas o Windows 7 ou o Windows XP, e ambos se referem ao sistema operacional da Microsoft, porém ambos possuem suas diferenças e peculiaridades.

Enquanto o Microsoft Windows atual conta com menos de 20 versões, o GNU/Linux possui nada menos que mil variações, também conhecidas como distros, cada uma com seu conjunto de softwares e configurações para baixar, instalar e testar, até você escolher a que atenderá melhor as suas necessidades. Mas não se preocupe, você não precisará testar todas elas. Abaixo temos uma breve descrição de oito principais distribuições para você observar algumas diferenças:

Ubuntu

Distribuição mais conhecida mundialmente, é a favorita dos usuários iniciantes por sua interface agradável e configurações automáticas, reconhecendo praticamente qualquer equipamento instalado no computador já no momento da instalação. Como o próprio slogan diz, é o “Linux para seres humanos”, onde todas as tarefas são realizadas via interface gráfica, como no Windows.

Ubuntu Logo

Linux Mint

Tem ganhado popularidade com o tempo graças as suas interfaces modificadas e efeitos especiais próprios, aliando faclidade de uso, boa performance e um visual bastante atraente. O Linux Mint é talvez a distribuição mais recomendada para quem está vindo do Windows, pois possui uma organização que lembra bastante o sistema da Microsoft.

Linux Mint Logo

Debian

Reconhecido por sua estabilidade e enorme acervo de softwares compatíveis, o Debian é muitas vezes visto como o “dinossauro” do mundo Linux, pois testa arduamente qualquer modificação antes de implementá-la oficialmente, o que significa que você dificilmente verá um travamento do sistema, porém nem sempre terá a versão mais atual de um software. Por essas características, é recomendada tanto para servidores quanto para usuários comuns que querem um sistema leve, estável e sem bugs.

Debian logo

Open SUSE

Embora não tão conhecido no Brasil, o openSUSE traz o YasT, gerenciador do sistema próprio da distribuição que facilita desde as configurações mais simples até as mais avançadas, como gerenciamento de proxies e compartilhamento de arquivos pela rede.

OpenSUSE logo

Fedora

Voltada para usuários que gostam de ter a última versão de todos os softwares e alterações de sistema, o Fedora é recomendado para usuários médios e avançados que saibam lidar com as possíveis incompatibilidades. Trazendo muitas caraccterísticas do Red Hat Enterprise Linux, distro comercial desenvolvida para servidores, possui excelente suporte a serviços de rede como arquivos, e-mail e web.

Fedora logo

Gentoo

Exigindo um alto nível de conhecimento do usuário, pode-se dizer que não existem dois sistemas Gentoo iguais no mundo, pois ele instala configurações especificas de cada hardware instalado. Se por um lado você consegue o máximo de performance de sua máquina, sem programas desnecessários ocupando a memória, por outro perderá várias horas durante a instalação em seu computador.

Gentoo logo

Dreamlinux

O representante brasileiro da lista traz um recurso muito procurado pelos usuários, que é o visual semelhante ao Mac OS, sistema operacional da Apple. Com vários programas úteis pré-instalados, o Dreamlinux é outro que entra na lista dos GNU/Linux voltados para a facilidade de uso.

Dreamlinux logo

Scientific Linux

Bastante procurado por institutos de pesquisa e laboratórios, o Scientific Linux possui suporte nativo a aplicativos de alta performance e programação paralela, e mesmo voltada para o processamento de grandes quantidades de dados não deixa de lado a interface de usuário amigável e softwares de uso diário, como navegadores, editores de texto e jogos.

Scientific Linux logo

Vários ambientes de trabalho

Cada distribuição possui suas configurações particulares e ambiente de trabalho padrão, o que não significa que você não pode mudá-las depois de instalá-las. Diferentemente do Windows ou do Mac OS, você pode ter vários ambientes instalados e selecioná-los quando for mais conveniente, não precisando ficar preso ao padrão da distribuição.

No GNU/Linux podemos definir tanto o sistema que queremos usar quanto o ambiente de trabalho, então você pode escolher entre o Ubuntu Gnome e Ubuntu KDE, Debian Gnome, KDE ou LXDE e assim por diante. Entre os vários ambientes disponíveis, listamos três dos mais utilizados:

Gnome

Alguns usuários preferem esse ambiente por achar que ele é mais leve e intuitivo, outros alegam que ele é mais sério e por isso recomendado para desenvolvedores de aplicações e ambientes de trabalho, tendo grandes nomes por trás de seu desenvolvimento, como Novell, IBM e HP. Atualmente possui duas versões, que focam em tipos diferentes de usuários: a 2.X e a 3.X. Embora uma seja a evolução da outra, a 2.X traz um ambiente muito mais leve, preferida por configurações de hardware um pouco mais humildes, enquanto a 3.X oferece suporte aos efeitos 3D por padrão, com vários efeitos que agradam os usuários que querem um desktop mais bonito.

Desktop Gnome 2

O Gnome 2, com maior parte de sua interface em 2D

Desktop Gnome 3

Gnome 3, com incorporação de recursos 3D nativos

KDE

Desenvolvido para o usuário que deseja todos os aplicativos prontos para uso logo após a instalação do sistema, o KDE traz um desktop completo como padrão, com navegadores web, gravadores de CD/DVD e players de música e vídeo pré-instalados. Possui também um visual bastante agradável com animações 3D e efeitos transparentes que deixam o visual do seu computador moderno e customizado, o que também exige mais recursos de hardware para funcionar.

Desktop KDE Plasma

KDE Plasma Desktop, completo logo após a instalação

LXDE

Voltado para proprietários de máquinas mais antigas com performance mais limitada, uma distribuição com o LXDE como ambiente de trabalho pode ressuscitar aquele seu PC encostado ou mesmo fazer o seu netbook trabalhar com a velocidade de um desktop convencional. A exigência de menos recursos infelizmente sacrifica o visual e aplicações pré-instaladas, mas nem por isso quebra a compatibilidade dos programas que podemos utilizar nele, como o Firefox e o LibreOffice.

Desktop LXDE

LXDE, com menos poder de fogo mas muito mais leve para o sistema

Extraia todo o poder de seu hardware

Um dos grandes motivos de vários usuários gostarem tanto do GNU/Linux é a velocidade. O sistema é muito mais rápido que o Windows (para o mesmo hardware), o que é ótimo tanto para aqueles que possuem um computador com mais de idade quanto para os aficcionados por desempenho extremo. Não é à toa que os maiores supercomputadores do mundo preferem o pinguim como sistema operacional oficial.

Uma das preocupações comuns dos usuários é: “Será que aquele meu dispositivo vai funcionar no Linux?”. A resposta é sim. A grande maioria dos drivers de placas wireless, impressoras e outros dispositivos já são configurados automaticamente na instalação, e você pode escolher tanto os fornecidos pelo GNU/Linux quanto os oficiais desenvolvidos pelo fabricante. Por exemplo, as grandes empresas fabricantes de placas de vídeo já disponibilizam versões oficiais de seus drivers para download. Em computadores portáteis, como notebooks e netbooks, o reconhecimento automático de placas de rede sem fio já economiza bastante trabalho se comparado a uma instalação do Windows.

Existem algumas distribuições que rodam até em computadores produzidos há mais de 10 anos, como é o caso do Joli OS, utilizando recursos de computação em nuvem para realizar a maior parte do processamento e ressuscitando aquele computador que você parou de usar há muito tempo por ele simplesmente “não rodar” aqueles novos aplicativos que você queria usar.

Segurança

No Windows estamos acostumados a ter que baixar um programa antivírus e atualizá-lo frequentemente, para não corrermos o risco de termos nossos dados pessoais e bancários roubados. O GNU/Linux possui um sistema de permissões bastante maduro, o que diminui (ou elimina) essa necessidade, mas mesmo assim traz mecanismos de segurança pré-instalados para deixar você sempre tranquilo.

Por ser originalmente desenvolvido para trabalhar em rede, a segurança sempre foi um dos pontos cruciais de seu sucesso nessa área, assim como o acesso a áreas protegidas do sistema, que requerem a senha do administrador para salvar as alterações, resultando em menos bugs causados acidentalmente pelo usuário.

Compatibilidade com programas Windows

Mesmo que o Linux seja um sistema operacional completamente diferente do Windows, isso não significa que você precisa abandonar os programas que mais utiliza. Através do Wine, programa de emulação de software, você pode instalar programas desenvolvidos para Windows dentro do Linux, como o Microsoft Office, Photoshop e até mesmo o Internet Explorer mais recente!

Além disso, existem excelentes programas que possuem versões para os dois sistemas, como o LibreOffice (suíte de escritório), Gimp (editor de imagens), VLC Media Player (reprodutor de vídeos), Audacity (editor de áudio semelhante ao Sound Forge) e o VirtualBox.

E o melhor: tudo de graça!

Dizem que tudo que é bom custa caro, mas o GNU/Linux está ai para provar o contrário. Você pode baixar, instalar e testar quantas distribuições desejar e quantas vezes quiser, pois não é necessário comprar uma licença para utilizar o Linux, já que ele é completamente desenvolvido sobre as diretrizes da licença GNU GPL (GNU General Public License, ou Licença Pública Geral GNU), que garante que ele vai ser sempre gratuito e de código aberto.

Não importa se você deseja utilizá-lo em casa, no escritório ou em algum servidor, a licença não restringe o uso comercial do GNU/Linux. Você pode inclusive fazer modificações em seu código e distribuí-lo para quem quiser, desde que mantenha a mesma licença e permita que outros também façam modificações em seu código.

O Linux é um sistema de código aberto

E você, já usou ou usa Linux? O que acha do sistema?

Este artigo faz parte de nossa biblioteca de conteúdo “Tudo o que você precisa saber sobre o Linux”. Não deixe de acessar e conferir todo o conteúdo publicado sobre o Pinguim.

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