A usina atômica de Natanz, no Irã, sofreu um blecaute na manhã deste domingo. As autoridades iranianas classificaram o incidente como um ato de “terrorismo”, aumentando as tensões na região. Potências mundiais, incluindo os Estados Unidos, e Teerã negociam a retomada de um antigo acordo nuclear. A suspeita recaiu imediatamente sobre Israel, onde a mídia local relatou quase em uníssono que um ciberataque devastador orquestrado pelo país causou o apagão.
Israel e o Irã são inimigos declarados. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que se encontrou no domingo com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, prometeu fazer tudo ao seu alcance para impedir o acordo nuclear.
Inicialmente, o incidente na usina de Natanz, localizada na região da província central de Isfahan, foi descrito como um apagão causado pela rede elétrica que alimenta suas instalações acima do solo e salas de enriquecimento subterrâneas. Trata-se da principal instalação iraniana de enriquecimento de urânio, frequentemente monitorada por inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sob diretrizes das Nações Unidas. “O incidente não resultou em baixas ou contaminação”, disse Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã. “Apenas a rede elétrica foi afetada”.
Ali Akbar Salehi, chefe da agência, que já atuou como ministro das Relações Exteriores do país, prometeu “melhorar seriamente” a tecnologia nuclear de seu país enquanto trabalha para suspender as sanções internacionais. “Ao mesmo tempo em que condena essa medida desesperada, a República Islâmica do Irã enfatiza a necessidade de um confronto por parte dos organismos internacionais e da AIEA contra esse terrorismo nuclear”, disse Salehi.
A AIEA, o órgão das Nações Unidas que monitora o programa atômico de Teerã, disse antes que estava ciente de relatos da mídia sobre o incidente em Natanz e havia falado com autoridades iranianas sobre isso. A agência não deu mais detalhes.
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