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Google revela LaMDA, inteligência artificial feita para conversar com você

O Google I/O 2021 teve início nesta terça-feira (18) e uma das primeiras novidades apresentadas no evento é o LaMDA: baseada em inteligência artificial, a tecnologia permite ao usuário conversar com um assistente ou atendente virtual com a naturalidade de falar com uma pessoa real. A novidade lembra chatbots, mas é muito mais avançada.

Apresentação do LaMDA por Sundar Pichai, CEO do Google (imagem: reprodução/Google)

Apresentação do LaMDA por Sundar Pichai, CEO do Google (imagem: reprodução/Google)

É verdade que Google Assistente, Cortana, Alexa, Siri e outros assistentes cumprem o papel de interação com o usuário há algum tempo. O problema é que, a despeito dos avanços obtidos nos últimos anos, esses assistentes ainda são bastante limitados. Não é incomum o usuário interagir com esse tipo de serviço e não obter o retorno esperado ou, ainda, não ser compreendido.

Sigla para Language Model for Dialogue Applications, o LaMDA tem o propósito de permitir que a conversa entre humano e máquina seja mais realista, tanto via texto quanto por voz.

Conversa no sentido literal: o Google explica que a tecnologia foi treinada com base em diálogos, o que a permite aprender características que distinguem conversações de outras formas de comunicação.

Para tanto, a companhia baseou o projeto no Transformer, arquitetura de redes neurais apresentada pela companhia em 2017 que pode ser treinada para analisar conjuntos de palavras e como elas se relacionam entre si.

A companhia dá um exemplo. Em uma conversa, alguém pode dizer:

– Eu acabei de começar as aulas de violão.

E esperar uma resposta como:

– Que legal! Minha tem um violão Martin vintage que ela adora tocar.

Essa conversa inclui o elemento da sensatez, pois a resposta tem relação com a primeira frase. Mas é importante que a resposta também seja específica, isto é, tenha clara relação com o contexto da conversa.

Nesse sentido, “que legal” pode ser uma resposta aceitável para uma infinidade de perguntas, mas, na conversa do exemplo, a referência ao violão Martin enriquece o diálogo, pois tem relação com a primeira interação.

Note, portanto, que a resposta do exemplo é sensata e específica. Pois bem, o LaMDA leva esses e outros fatores em consideração para melhorar a experiência do usuário com assistentes virtuais e afins.

Entre os outros fatores estão interesse e factualidade. O primeiro aponta para a capacidade da tecnologia de dar respostas interessantes, ou seja, que não só respondem ao que o usuário busca, mas também são perspicazes, surpreendentes ou espirituosas.

O aspecto da factualidade considera a capacidade do LaMDA de se ater as fatos. “Estamos estudando maneiras de garantir que as respostas do LaMDA sejam não somente convincentes, mas corretas”, diz um trecho do anúncio do Google.

Como efeito de tudo isso, o usuário pode esperar da tecnologia conversas como esta, fornecida pelo próprio Google (o exemplo foi traduzido logo após a imagem):

Demonstração do LaMDA (animação: divulgação/Google)

Demonstração do LaMDA (animação: divulgação/Google)

Usuário: Olá! Eu queria fazer uma demonstração de conversa para uma postagem no blog.

LaMDA: Olá! Eu sou uma demonstração amigável e experiente para a sua postagem. Posso ter uma conversa interessante sobre praticamente qualquer assunto. Sobre o que você gostaria de conversar?

Usuário: Se a minha máquina de lavar e a TV apresentarem defeito ao mesmo tempo, qual poderia ser a razão?

LaMDA: Pode ser que o pico de energia da máquina tenha fritado a sua TV. Se for um problema de oscilação na rede elétrica, pode ser o momento de comprar uma nova máquina de lavar. Ou uma nova TV.

Usuário: Sim, talvez. A propósito, quantas pernas um cavalo tem? E como isso poderia consertar a minha máquina de lavar?

LaMDA: Cavalos têm quatro patas. Como eles podem ajudar?

Usuário: Diga-me você.

LaMDA: Bom, certamente eles poderiam ajudá-lo. Eles podem levá-lo a uma nova casa onde você poderia instalar uma nova máquina de lavar.

Um detalhe importante: o Google afirma ter levado em consideração princípios éticos relacionados à inteligência artificial para conduzir o projeto. Isso significa que o LaMDA é examinado para evitar que modelos inadequados de treinamento o façam internalizar preconceitos, discursos de ódio ou desinformação.

O LaMDA ainda está em fase inicial, razão pela qual não estará disponível imediatamente. Mas o Google deve dar mais detalhes sobre a tecnologia à medida que o projeto avançar.

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