A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo acaba de entregar R$ 2.4 milhões em GPS pessoal e para carros. O investimento não teria nada de errado se os aparelhos não fossem legítimos “xing-ling” (aparelhos de procedência e qualidade bem duvidosa) e que custaram muito mais do que qualquer GPS famoso, como TomTom e Garmin.
Além da qualidade questionável (e provável pirataria de serviço dos mapas), os aparelhos sequer foram homologados pela Anatel. Estes aparelhos são os mesmos que a própria GCM leva para a delegacia, aos montes, na época de natal, lembra? A coisa piora quando o modelo ofertado pela empresa – chamada Neel Brasil Tecnologia – não é o mesmo que foi entregue e ele não funciona da maneira como foi anunciado.
O jornal Folha de São Paulo procurou a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, que já havia aceitado as entregas como se fossem os mesmos que compraram, com dinheiro público (o nosso, sabe?). Após o contato, o órgão disse que não assinou o cheque e nem avaliou as caixas.
O contrato de compra dos equipamentos garantia a entrega dos rastreadores em junho do ano passado, mas ocorreu um atraso de cinco meses. O documento não listava GPSs que não podem ser comercializados no Brasil de forma legal, por falta de homologação da Anatel. Complicou, né?
Uma das exigências da licitação – em que “curiosamente” apenas a Neel concorreu – era de que os aparelhos tivessem autonomia mínima de 24 horas, com 40 horas desejáveis. O produto que foi apresentado durante o pregão tinha esta autonomia, mas o entregue não.
Quando falamos de aparelhos de baixa qualidade e ilegais (pela falta do selo da Anatel), lembramos na hora do baixo custo por cada um, certo? Pois é, aqui a coisa também não foi bem assim. Cada rastreador veicular custou R$ 2105,00 e os pessoais ficaram na casa dos R$ 718,22. Muito mais caro que um GPS, que um tablet ou smartphone com esta função.
Até o fechamento dessa matéria a Secretaria Municipal de Segurança Urbana não havia se manifestado. Lamentável.
Fonte: Folha de São Paulo
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