Rua Cava Bajo em Madri, diversas opções de “vermutarias”. (Ligia Salgueiro/Divulgação)
Foram trinta dias na Espanha para me apaixonar pela bebida vermute e descobrir o ato de “vermutar” pela cidade. Apelidado como “vermú” pelos espanhóis, o drinque considerado um aperitivo à base de vinho, geralmente fortificado, com a infusão de flores, ervas aromáticas ou especiarias, ficou famoso na Itália, mas segundo relatos da história, os registros indicam que egípcios e gregos criaram para fins medicinais.
Em Madrid, cidade boêmia, com muitas opções de bares, “vermutar” é uma diversão.
É possível provar diferentes tipos no melhor estilo madrileno – beber de bar em bar acompanhado de tapas (porções pequenas para petiscar), em uma clássica taberna (botequim) ou em um restaurante moderno, por lá existem muitos.
E sabe o melhor? É uma bebida acessível. Com 2,50 euros, em torno de 17 reais, você pode desfrutar de uma dose de mais ou menos 300 ml, tirada de uma torneira que fica instalada em um barril, similar ao equipamento para servir chopp, ou direto da garrafa.
A versão mais consumida é o rosso com coloração vermelha e doce, e as criações mais clássicas que encontrei foram preparações com gelo e rodela de laranja, só com gelo ou então como um drinque com a adição de outros elementos.
Os vermutes podem ser classificados em seis tipos distintos:
Dry (branco e seco), Clássico (tinto e doce), Bianco (branco e doce), Corrente (tinto e doce), Rosé (rosado e doce) e Punt Mes (tinto e amargo).
Os tipos acima, se adaptam a diferentes paladares e drinques, como por exemplo, o famoso Negroni e Dry Martini, e ainda podem ser degustados isoladamente.
Entre as principais regiões que estão boas vermutarias, a central, oferece excelentes opções e tem fácil acesso a pé, de ônibus ou metrô.
No bairro de Letras, área conhecida pela memória literária e onde viveram grandes escritores, como é o caso de Miguel Cervantes, procure pela taberna “Casa Albert”.
O local aberto desde 1924, foi responsável por tornar o vermute moda na cidade. O estilo se mantém antigo e clássico e a bebida é tirada na torneira por garçons que aparentam ter anos de casa e para acompanhar torresmos cortesia para tapear.
Em La Latina, região badalada com vários pontos turísticos e onde estão localizados muitos bares, vem a minha dica de ouro para “vermutar” em um único ponto.
Taberna La Concha, La Latina. (Ligia Salgueiro/Divulgação)
A primeira parada obrigatória é no Mercado de San Miguel. O espaço que abriga tendas de comida e bebidas é uma releitura de mercadões tradicionais, totalmente moderno e bem frequentado. Tapear por lá é obrigatório. E a indicação é o bar La Hora Del Vermut ,que oferece Vermute tirado na torneira ou em garrafa e são mais de 80 variações da bebida.
Ainda próximo ao mercado, é só caminhar até o início da rua Cava Bajo que você pode parar de bar em bar. São muitas as opções, fica difícil escolher em qual entrar.
Inclusive, foi nessa rua em que fiquei hospedada em Madrid. Minha irmã e o marido residem ao lado do melhor “vermú” que provei durante a viagem. O espaço chama Taberna La Concha e produz a bebida artesanalmente. O drink é servido acompanhado de borrifadas de gin, um toque de Campari Italiano, com gelo e laranja. Achei a combinação perfeita!
E por fim, ainda na região central, e com a mesma proposta de servir vermute acompanhado de bebidas destiladas, o bar Taberna Viajeira é um encanto – pequeno, aconchegante e todo decorado com objetos das viagens que o dono do bar conheceu, é possível degustar do aperitivo escutando músicas de várias culturas, desejando dar uma volta ao mundo e acompanhada de tapas deliciosas!