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Com endividamento crescente, auxílio emergencial irá menos para o consumo | VEJA

Com endividamento crescente, auxílio emergencial irá menos para o consumo

A falta do auxílio emergencial pressionou as contas das famílias brasileiras. Desde que as parcelas do benefício tiveram seu valor reduzido em setembro de 2020, o comprometimento da renda do brasileiro cresceu compulsivamente, terminando o ano ao maior nível desde 2015, início da série histórica: 28,4%, segundo o Banco Central. A Confederação Nacional do Comércio de Serviços, Bens e Turismo, a CNC, estima que esse número tenha se acentuado ainda mais no primeiro trimestre deste ano.

Antes da reedição do benefício, que voltou a ser pago em abril com valor médio 58% menor que o original. a projeção é que, ao fim de março, 30,3% da renda das famílias esteja comprometida. Isso significa que a cada 100 reais, pelo menos 30 é destinado para o pagamento de dívidas. Com isso, a nova rodada do auxílio, mais enxuto e de menor alcance, deve ter finalidade mais em redução do endividamento das famílias e a poupança, e apenas uma parcela pequena retorne para o consumo.

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  • Na visão de Fabio Bentes, economista-sênior da CNC, a retirada do benefício no início do ano, ainda que a disseminação da Covid-19 estivesse se arrefecendo, pressionou a renda das famílias neste ano. “O certo, talvez, seria ter feito um auxílio um pouco menor no ano passado, mas que não fosse interrompido abruptamente no começo deste ano”, diz ele. “Sem o auxílio, o endividamento das famílias, que já estava num nível recorde em dezembro, voltou a crescer, ultrapassando os 30%. E isso vai fazer com que esse dinheiro que o governo injetará com essa nova rodada não volte para o comércio.”

    Segundo as contas da entidade, o governo disponibilizou 322 bilhões de reais por meio do programa de apoio entre abril e dezembro de 2020. Desse montante, 293,1 bilhões de reais de fato chegaram as mãos de seus requisitantes, sendo que 35,4% disso chegou ao varejo, impulsionando a economia e segurando uma parcela considerável de empregos. Em 2021, no entanto, esse percentual destinado a compras deve ser inferior ao do ano anterior: 31,2%. Com menos recursos para as famílias, o receio é de que a medida não impulsione a economia novamente assim como o endividamento das famílias continue em alta.

    Muito mais do que o auxílio emergencial para as famílias, o que poderia servir de alento para a retomada econômica seria a vacinação em massa, algo ainda distante da realidade. “Existe uma sequência de eventos que faz com que a gente projete um arrefecimento das expectativas de crescimento para este ano. Ainda temos números absurdos de mortes e casos de Covid-19, fazendo com que as medidas restritivas sejam prorrogadas e com que haja mais desemprego”, afirma Bentes. “Sinceramente, qualquer perspectiva de melhora para a economia fica atrelada à entrega de todas as doses de vacinas anunciadas. Antes que a gente tenha 50% da população imunizada, não dá para esperar uma retomada econômica mais vigorosa.”

    Para Alexandre Manoel, economista-chefe da MZK Investimentos e ex-secretário no Ministério da Economia, o auxílio, ainda que enxuto, será determinante para apoiar as famílias brasileiras nos próximos meses. “Esse auxílio vai ser muito importante para os meses de abril e maio, que prometem ser mais difíceis, ainda com restrições para o funcionamento da economia. Se a gente conseguir suplantar esses dois meses, o auxílio vai ajudar a amenizar a queda da economia nesse período. A partir de junho, com um estágio de vacinação mais acelerado, a retomada pode acontecer”, acredita ele. “Diferentemente dos EUA, que já colocaram trilhões em pacotes de estímulo à economia, a gente não tem uma condição fiscal nem próxima para fazer o mesmo manejo”.

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