O novo álbum do Greta Van Fleet, The Battle at Garden’s Gate, chega às plataformas de streaming na próxima sexta-feira, 16, com duas missões inglórias: superar o sucesso do primeiro álbum, lançado em 2018, e afastar a pecha que a banda ganhou por ser uma espécie de cópia barata do Led Zeppelin. Mesmo com as incontornáveis comparações, quando o Greta estourou, há três anos, a crítica a celebrou como um sopro de jovialidade e frescor que o rock estava precisando.
As doze faixas que compõe o novo trabalho comprovam que a banda, formada pelos irmãos Kiszka, evoluiu, tanto musicalmente quanto liricamente — e que está pronta para se descolar das comparações com Zeppelin. Suas melodias estão mais complexas e as canções mais estruturadas. As letras falam de temas etéreos e idílicos sem, no entanto, soarem prepotentes. O vocalista Josh Kiszka continua entregando agudos potentes, mas o destaque mesmo é seu irmão, o guitarrista Jake. Na última faixa, The Weight of Dreams, Jake diz a que veio com um criativo (e longuíssimo) solo de guitarra que faz valer todo o disco.
Jake conversou com VEJA por videoconferência de sua nova casa, em Nashville, para falar sobre o novo trabalho. Leia a seguir os principais trechos.
Vocês fizeram sucesso muito rápido. Sentiram uma pressão maior para fazer um álbum melhor do que o primeiro? Sim. Estamos constantemente tentando quebrar os nossos limites e evoluir. A pressão aumentou com base no tamanho do sucesso que tivemos, especialmente nos últimos três anos. Existe esse sentimento e essa responsabilidade de fazer um álbum ainda melhor. Acho que a pressão veio só da banda. Nós meio que pressionamos uns aos outros para alcançar nosso melhor.
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Que lições aprendeu com o sucesso repentino? Nos últimos três anos de turnês ininterruptas, tivemos contato com várias pessoas de culturas diferentes. Então, o aprendizado não foi apenas internamente. Nós aprendemos também externamente, tipo, física e psicologicamente. Foram diversos tipos de evoluções ou crescimentos que passamos. Foram anos de aprendizado intenso.
Como avalia o resultado final do novo álbum? Tudo o que está em The Battle at Garden’s Gate é denso e dinâmico. Queríamos criar algo que fosse orgástico e cinematográfico, sabe? Acho que foi como uma ode à nossa infância também. Acho que é um tipo de álbum que sempre quisemos fazer. Agora, que temos alguma credibilidade, meio que nos deu a capacidade de fazer isso. Quer dizer, é algo com o qual crescemos. Tivemos uma família que nos influenciou literária, musical e filosoficamente.
De onde veio o título: The Battle at Garden’s Gate? Nós terminamos o álbum e não tínhamos um título. Sabíamos as músicas que queríamos incluir no disco, mas não tínhamos pensado num nome para ele. Primeiro, conhecemos a personalidade do trabalho. O nome surgiu naturalmente, como se soasse como um título de um filme ou uma história mitológica. Pareceu o título perfeito.
Perguntei do título, porque vocês sempre foram comparados ao Led Zeppelin e um título como esse lembra o clássico The Battle of Evermore. É isso mesmo? Sim, tivemos essas comparações [com o Led Zeppelin] nos últimos anos. Sempre seremos humildes com as referências e honrados com as afiliações. Mas, nosso álbum é diferente. É interessante notar que The Battle of Evermore foi inspirado nas histórias de J.R.R Tolkien. Enfim, são influencias que contribuem para uma coisa nova. São conceitos que compõem o que somos como músicos, artistas ou simplesmente seres humanos. Subtraia a influência e foque na originalidade.
Vocês se mudaram da pequena cidade de Frankenmuth, no Michigan, para a efervescente Nashville, no Tennessee. Como a vida na nova cidade influenciou a música do grupo? Nós crescemos em uma cidade muito pequena e mesmo em turnê, não conseguíamos ver o que acontecia nos locais por onde passávamos. A mudança foi estranha. Nashville tem uma energia peculiar. São muitas pessoas de culturas diferentes que se condensam em um microcosmo. Em uma grande comunidade há muito mais ideias circulando e coisas acontecendo.
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