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Cientista de Harvard vai vender código genético como NFT

Após os NFTs entrarem em inúmeros mercados como uma nova ferramenta de verificação, autenticação e capitalização de trabalhos originais, agora chegou a vez do DNA se tornar um ativo digital. George Church, cientista e professor na prestigiada Universidade de Harvard, irá vender o primeiro token não fungível genômico, uma representação artística de seu próprio sequenciamento genético.

Uma das artes digitais consideradas para representar o genoma de George Church como NFT (Imagem: Reprodução/Nebula Genomics)

Uma das opções de arte digital para representar o genoma de George Church como NFT (Imagem: Reprodução/Nebula Genomics)

Conhecido como “pai da biologia sintética”, Church se juntou a outros dois cientistas para criar a empresa Nebula Genomics em 2017, cujo objetivo é fornecer um serviço de sequenciamento genético transparente sobre como os dados são utilizados. Agora, o geneticista quer trazer mais atenção para problemas envolvendo a privacidade e a posse desse tipo informação.

Para isso, sua empresa está lançando o sequenciamento genético completo de Church como um NFT que irá a leilão, representado em um trabalho artístico. O genoma do cientista foi o primeiro do mundo a ser sequenciado e a ser disponibilizado publicamente como parte do Projeto Genoma Humano e do Projeto Genoma Pessoal, junto a todos os seus registros médicos e demais informações.

NFT aponta problemas de privacidade de dados genéticos

Em entrevista para o The Scientist, o CEO e cofundador da Nebula Genomics, Kamal Obbad, afirmou que a indústria genômica vem sendo historicamente “atormentada” por problemas de privacidade. “O que muitos clientes não perceberam por muito tempo foi que ao fazer um teste genético você frequentemente cedia seus dados para serem licenciados por uma empresa farmacêutica ou para ser usado por terceiros”, disse.

Para ele, o atual cenário criou um negócio comercial no qual os dados genéticos são produtos. Por isso, surgiu a ideia de dar um pontapé inicial para que os tokens não fungíveis sejam utilizados nesse mercado como uma possível solução para esses problemas.

NFTs podem ser novo modelo comercial para genomas

Em comunicado à imprensa, a Nebula Genomics afirmou: “Historicamente, os dados genômicos e de saúde têm sido monetizados com falta de transparência. Ou seja, pacientes e consumidores raramente têm uma visão completa de quem tem acesso a seus dados. O surgimento do blockchain e dos NFTs, no entanto, permitiu um novo modelo de como os dados podem ser adquiridos e monetizados”.

Com a criação do NFT e o futuro leilão do ativo, Church espera chamar a atenção do setor científico para que uma nova alternativa de aquisição e utilização de dados genômicos seja estruturada, com base na transparência e na facilidade que o blockchain oferece para se comercializar e autenticar a posse de tokens não fungíveis. Assim, os donos dos genomas que estão sendo utilizados comercialmente teriam maior controle sobre como suas informações são usadas, tendo a chance de capitalizar seu próprio DNA.

“Ao leiloar seu genoma como um NFT, a Nebula Genomics e o Professor Church estão iniciando uma conversa sobre maneiras justas e transparentes de monetizar e compartilhar dados de saúde”, disse o comunicado. Parte do valor arrecadado nesta venda irá financiar pesquisas genômicas. A data exata do leilão será anunciada no dia 25 de abril, quando se comemora o Dia Nacional do DNA nos EUA.

Com informações: The Scientist, The Hill

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