O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, se desviou da reforma ministerial do governo Bolsonaro, na semana passada, e parecia ter emergido com um novo discurso, se comprometendo em reduzir o desmatamento em 40%. Mesmo condicionando a meta a uma ajuda estrangeira de 1 bilhão de dólares para salvar a Amazônia, havia a percepção de que o ministro pelo menos reconhecia o problema e ainda estabelecia uma meta a ser perseguida. Nesta segunda-feira, 05, no entanto, o ministro voltou a falar de velhas ideias para combater o desmatamento e, em entrevista à TC Radio, defendeu a regularização fundiária. Segundo Salles, com a medida, seria possível responsabilizar pessoas pelos crimes ambientais e gerar um sistema de punição mais efetivo. “Hoje, a maioria das áreas sem propriedade é de responsabilidade do governo ou dos estados. Com isso, sem um flagrante, não é possível punir ou responsabilizar alguém pelo crime”, disse o ministro.
A regularização fundiária já foi tentada pelo governo federal por meio de uma medida provisória, editada no fim de 2019, que acabou apelidada de “MP da grilagem”, em alusão a fazendeiros que tomam terras irregularmente na Amazônia, desmatam e acabam tendo o benefício da regularização oficial do governo. A MP morreu no Congresso depois de forte reação de ambientalistas, que conseguiram apoio até de artistas de peso como a cantora Anitta.
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