BRASÍLIA – A política fiscal mais importante no momento é a vacinação, disse hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento promovido pelo Itaú. Ele destacou que a atividade econômica deve sofrer uma queda novamente, devido à nova onda da pandemia de covid-19, mas menor e mais breve do que o observado em 2020.
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A reação do governo, defendeu o ministro, precisa ser via incremento da vacinação. Segundo ele, essa é a ação com maior retorno econômico e de saúde no momento, em vez de elevar dramaticamente os gastos do governo.
No ano passado, o governo gastou quase R$ 600 bilhões extras para combater a pandemia de covid-19. Neste ano, já estão autorizados R$ 44 bilhões para a nova rodada do auxílio emergencial, além de haver a previsão de R$ 9,8 bilhões para o programa que permite redução de jornada e salário ou suspensão de contrato de trabalhadores. O governo também tem reaberto créditos extraordinários do ano passado para aplicar recursos contra a covid-19, ou aberto novos em favor da saúde.
No evento, voltado a investidores internacionais, Guedes destacou que o governo quer prosseguir com reformas estruturais e reafirmou o compromisso com a reabertura da economia. Hoje, segundo ele, quase metade das trocas do Brasil são com “a área mais dinâmica do mundo”, em referência à Ásia.
O ministro citou recente decisão do governo de cortar 10% das tarifas de importação sobre eletrônicos e bens de capital. Segundo ele, esse movimento acaba pressionando o Mercosul a adotar a mesma medida na Tarifa Externa Comum (TEC). “Também temos feito movimentos unilaterais (de abertura econômica)”, disse.
Guedes reafirmou ainda que a recuperação da economia precisa vir do setor privado e que o governo segue comprometido com grandes reformas estruturais, como a administrativa e a tributária. “Estamos trabalhando duro para derrubar a dívida/PIB novamente”, afirmou.
Impostos
Guedes reafirmou hoje o desejo do governo de reduzir impostos cobrados de empresas e aumentar a tributação sobre dividendos. Hoje, o Brasil tem uma das mais elevadas cargas sobre companhias do mundo.
“Reduziremos impostos sobre empresas, não ligamos se os Estados Unidos estão aumentando”, disse Guedes em evento promovido pelo Itaú. Segundo ele, mesmo que o Brasil corte os impostos cobrados das empresas e os EUA aumentem, é mais provável que os dois se encontrem “no meio do caminho”.
Apesar da intenção, o ministro não deu prazo para a medida ser adotada. A mudança no “mix” desses impostos já foi estudada por governos anteriores.
Guedes se mostrou refratário a propostas que resultem em aumento de carga tributária, mas destacou que qualquer redução dessa carga precisa observar o déficit estrutural das contas brasileiras.
“Resistimos a algumas propostas de reforma tributária que resultam em aumento de impostos. Os impostos no Brasil são muito elevados, foram longe demais”, disse.
“Consideramos economicamente impróprio elevar impostos numa recessão. Preferimos controlar o crescimento das despesas. Agora, com economia recuperando, vamos ver qual é o déficit estrutural”, afirmou.
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