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A disputa pelos salários de 61,5 mil reais no BB — e que podem dobrar | VEJA

A disputa pelos salários de 61,5 mil reais no BB — e que podem dobrar

Desde que o presidente Jair Bolsonaro resolveu entrar no jogo político e se aliar ao centrão, sabe-se que o apoio político custaria altos cargos no governo. O que ninguém imaginava era, no entanto, que os cargos mais bem-remunerados do Banco do Brasil também entrariam na mira. Depois da troca do presidente, cogita-se que cinco das sete cadeiras de vice-presidentes do conselho diretor do BB estão sendo avidamente disputadas pelo centrão e por aliados da família Bolsonaro. A remuneração do ocupante é de 61.564,83 reais, um valor que pode dobrar com a remuneração variável. O novo presidente, Fausto de Andrade Ribeiro, terá um salário de 68.781,66 reais – que também pode dobrar.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem e que atuam no banco há décadas, a briga é grande e esta é a primeira vez que veem isso acontecer de maneira tão voraz. Durante os governos anteriores, a quantidade de cadeiras presenteadas a aliados políticos variava de uma a três. Sabia-se internamente que a vice-presidência de governo e de agronegócio, por exemplo, já tinham um destino político. Dessa forma, ficavam preservadas as outras cadeiras mais concentradas nos negócios do banco propriamente ditos.

Quando Rubem Novaes assumiu como presidente do BB, no início do governo de Bolsonaro, isso mudou. Naquela época, a proposta de Bolsonaro de acabar com o “toma-lá da cá” e enxugar o Estado vinha sendo aplicada e as nove cadeiras de dos VPs viraram sete. Quando o seu substituto, André Brandão, assumiu em 2020, ele manteve os nomes e, apenas devido a falecimento, colocou na vice-presidência de negócios de atacado Bernardo de Azevedo Silva Rothe, funcionário de carreira do banco.

Agora, tudo mudou, a começar pela própria indicação de Fausto Ribeiro no lugar do técnico Brandão, com larga experiência de mercado e vindo do HSBC. Atualmente, os vice-presidentes que mais possuem estabilidade na camada de diretoria são Carlos Motta, de negócios e varejo, e Mauro Ribeiro Neto, corporativo. Motta teve indicação política e é o líder da rede de varejo do banco. Já Ribeiro Neto tem bom trânsito no Ministério da Economia e é reconhecido pelo bom trabalho que estaria fazendo no enxugamento de custos do banco.

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