Seis líderes políticos que podem ser candidatos à Presidência da República em 2022 assinaram um manifesto conjunto nesta quarta-feira, 31, defendendo a democracia e criticando iniciativas autoritárias que possam colocar em risco conquistas do país como a liberdade de expressão, o acesso igualitário à Justiça e outros direitos individuais.
Assinam o documento os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o ex-governador Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador Luciano Huck e o empresário João Amoêdo (Novo).
“A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, o intimidamento, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado”, diz trecho do documento.
A carta lembra que muitos brasileiros foram às ruas pela democracia nos 1980, sob o movimento Diretas Já, durante o período da ditadura militar, pela defesa das voltas das eleições diretas — e lembra que, três décadas depois, “a democracia brasileira é novamente ameaçada”.
O manifesto foi divulgado em meio ao desconforto entre o presidente Jair Bolsonaro e os militares depois que a cúpula das Forças Armadas foi substituída — um dos motivos da queda teria sido a pouca disposição de alguns desses chefes, como o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o então comandante do Exército, general Edson Pujol, de não permitirem o envolvimento das Forças Armadas em questões políticas. O episódio reacendeu temores de que o presidente volte a flertar com impulsos autoritários que marcaram a sua trajetória política.
O documento também mostra uma inédita posição conjunta entre os principais nomes que despontam no cenário político como alternativas de centro para a disputa presidencial de 2022 — todos eles tentam se viabilizar como alternativa à polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia a íntegra do documento:
Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.
A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.
Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.
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A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, o intimidamento, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.
Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.
Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA.
Vamos defender o Brasil.
CIRO GOMES
EDUARDO LEITE
JOÃO AMOEDO
JOÃO DORIA
LUIZ HENRIQUE MANDETTA
LUCIANO HUCK
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