A Sony enfrenta uma ação judicial coletiva nos EUA por supostamente praticar monopólio e lucrar de forma ilegal com as vendas da versão digital do PS5. No processo, a empresa foi acusada de obrigar os usuários a comprarem jogos digitais somente na PlayStation Store e impedir a competitividade de preços ao proibir a venda dos títulos em outras lojas.
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PS5 Digital Edition (Imagem: Divulgação/Sony)
Os donos do PS5 digital estariam sendo “prejudicados”
Essa ação foca na versão digital do PlayStation 5 — o modelo mais barato do console, que não conta com leitor de discos. De acordo com o texto, os donos de um PS5 digital são penalizados por terem apenas duas opções: “comprar os jogos diretamente com a Sony pela PS Store ou adquirir outro console por centenas de dólares”.
A ação judicial usou como exemplo um jogador que adquiriu um PS5 digital e cópias digitais de jogos na PS Store. Para os autores do processo, o usuário “foi prejudicado, e vai continuar sendo prejudicado por precisar pagar os preços supracompetitivos dos jogos”.
Além disso, a ação alegou que as supostas práticas abusivas da Sony são propositais, pois o PS5 digital é mais barato e, por isso, mais atrativo. Nos EUA, o console custa US$ 399, enquanto a versão com leitor de discos sai por US$ 499. Para os autores da petição, isso faz com que os consumidores pensem que estão economizando, porém acabam gastando mais com os jogos na PS Store.
Outro argumento usado no processo foi o de que os jogos digitais vendidos na PS Store seriam mais caros devido à taxa de 30% em cima do preço dos títulos paga à Sony pelas distribuidoras. Segundo a ação, os donos do PS5 digital são obrigados a comprar os games mais caros para cobrir essa tarifa.
Por fim, a petição ainda disse que os usuários não contam com outras formas de comprar jogos além da PS Store, já que a Sony encerrou a venda de cartões com códigos de download de jogos digitais em lojas físicas. Com isso, a Sony estaria não só impedindo a competitividade de preços, como também prejudicando jogadores que não têm cartões de crédito.
Em outra ação coletiva, a Sony também foi processada por proibir a venda de jogos digitais em lojas que não fossem a PS Store.
Vender jogos digitais em outras lojas não muda os preços
Nintendo Switch (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
É importante destacar que, por mais que a Sony não comercialize jogos digitais no varejo físico, ainda é possível comprar cartões pré-pagos com créditos para usar tanto na PS Store quanto em outras plataformas, como Microsoft Store e Nintendo eShop, inclusive no Brasil.
Além disso, as empresas que ainda vendem os gift cards com jogos cobram os mesmos preços que os praticados nas plataformas digitais. A Nintendo, por exemplo, coloca cartões com códigos dos seus games em algumas lojas aqui no Brasil, como Lojas Americanas e Submarino. O preço da versão digital de Super Mario Odyssey é o mesmo que o cobrado na eShop: R$ 299.
Por isso, não há como existir competição mesmo que a Sony volte a vender os cartões com jogos digitais. Vale citar ainda que quem decide os preços na PS Store são as distribuidoras dos títulos, e não a plataforma.
Exemplificando, os games exclusivos de PS5 desenvolvidos pelo PlayStation Studios, como Demon’s Souls, passaram a ter preço sugerido de R$ 350, após a chegada da nova geração de consoles. Já um lançamento da Capcom, como Resident Evil Village, ainda custa R$ 250.
Com informações: Arstechinica.